O rio onde a lua nasce (River Where The Moon Rises) é um dorama histórico de 20 episódios estrelando Kim So Hyun (de Love Alarm) e Jisoo (de Primeira Vez Amor) como casal protagonista de uma lenda coreana sobre Pyeonggang, a princesa guerreira. É um drama original do Viki. Caso eu continue a assistir, você verá uma resenha por aqui. Caso contrário, eu parei de ver.
Para minhas primeiras impressões, assisti aos 5 primeiros episódios. A história é uma adaptação do conto “Princesa PyeongGang”, de Choi Sagyu. De maneira bem resumida, a lenda conta a história de uma princesa prometida em casamento a um rapaz bobo e plebeu, mudando a vida dele e de sua mãe. Ela é uma guerreira esperta capaz de usar os sentimentos de alguém, ele é um pacifista tolo disposto a fazer de tudo por ela.
Já no dorama, a versão começa um pouco diferente (e mais interessante). Pyeong Gang é uma princesa que sonha em se tornar rei de Goguryeo, sem aceitar limitações de gênero. Por isso, ela treina combate e adora uma aventura. Tudo muda quando seu pai, o rei, acaba cismando que a Rainha (interpretada também pela So Hyun, o que é um pouco estranho devida a diferença de idade que não convence, mas justificada pela semelhança da mãe e filha) o traiu e manda matá-la durante uma visita a um vilarejo. A princesa sobrevive, fugindo com On Dal, o filho do guarda general da vila, mas acaba se separando do menino, perdendo a memória e sendo acolhida por um clã de assassinos. Os anos passam e, sob a identidade de Ga Jin, sua missão agora é destruir o rei, enquanto On Dal mantém uma vila secreta “fantasma” protegida na floresta. Os dois se reencontram e ele começa a abrigar a estranha, enquanto se apaixonam e relembram seu passado.

A ideia parece bem legal, lembra um pouco o sageuk A Lua Que Abraça Sol, no qual a princesa também perde suas memórias e reencontra seu amor com a identidade de uma sacerdotisa (curiosamente, a Kim So Hyun fez o papel da rival da sacerdotisa quando jovem). O casalzinho jovem já tinha testado química em Page Turner. Kim So Hyun me impressionou pela versatilidade: saindo das comédias românticas para um papel muito mais sério e me convenceu tanto como rainha (pela atuação, não pela idade) quanto assassina ágil. No entanto, Jisoo começa interpretando o mesmo “palhaço” de sempre, o rapaz bobo sonhador, mas que esconde suas dores. A fórmula até poderia dar certo, mas algo no tom de humor e trapalhadas de algumas cenas tem simplesmente parecido fora de lugar para mim. Seria a escalação? Seriam os personagens? Ainda preciso descobrir.

As cenas chatas são intercaladas com momentos interessantes e talvez seja como os primeiros episódios de A Lua Que Abraça o Sol, que são apenas um pano de fundo para algo maior. A participação do Kang Haneul (Para Sempre Camélia e Moon Lovers) como o guarda, por exemplo, foi no ponto, tensa e emocionante. Tenho saudade de doramas de época dele. A babá interpretada pela Kim Jung Young (de O Rei Eterno) também merecia mais tempo de cena, porque é ótima. O personagem Go Gun (Lee Ji Hoon, de Louvor à Morte, Goo Hae Ryung A Historiadora Novata e Lenda do Mar Azul) também tem me agradado com seu alinhamento duvidoso. Já a personagem da Choi Yu Hwa (de Life, Mistress e Sr. Substituto) conseguiu me irritar da primeira vez que apareceu até agora, mas estou começando a shippar com o Go Gun, apesar de ele aparentemente fazer parte de um triângulo amoroso.
O roteiro é de Han Ji Hoon, cujos trabalhos anteriores eu não conhecia, como A Mulher de 9,9 Milhões de Dólares. O diretor é Yoon Sang Ho de Noiva do Século e Saimdang. Esse eu acho que já merece um comentário: ele conseguiu extrair da Kim Sohyun uma versão um pouco mais séria, o que pode abrir portas para ela em trabalhos mais impactantes.

Se alguns personagens parecem um pouco rasos (a turminha do Cheonjubang) e algumas cenas bagunçadas (a resolução de problemas é muito rápida, mas tão rápida que perde um pouco da importância), o que vem chamando a atenção positivamente em O Rio Onde a Lua Nasce é, sem dúvida nenhuma, a fotografia. Não vejo nada tão bonito desde Mr. Sunshine. Os cenários com natureza abundante te transportam para outra era e dão uma sensação de grandiosidade. Os figurinos, embora tenham causado alguma polêmica por conta dos hanboks adaptados (houve uma discussão entre a propriedade deles ser da China ou da Coreia do Sul, por exemplo), também são belíssimos e dão a impressão de uma história mágica e épica que simplesmente não combina com o que apareceu até agora em questão de roteiro e drama. Por outro lado, os movimentos de luta também estão muito fluídos e coreografados. Dá vontade de torcer pela destreza da Pyeong Gang. Às vezes, parece que a história vai engrenar, mas parece que falta algo. Verdade? Urgência? Personagens que ainda não convenceram? Difícil definir.

Por enquanto a série parece mais impactante visualmente do que nas atuações. Os pôsteres trazem Kim So Hyun montada no cavalo, guerreira, e espero que o clima dos cinco primeiro episódios um pouco arrastados por uma comédia e elementos de “fatia de vida” que parecem fora de lugar sejam apenas para contar um passado remoto dos personagens que vão se transformar em grandes guerreiros e que aquela não seja a única cena realmente épica da série. Pode ser uma técnica para tentar fazer a gente ter saudade do casal quando um dos dois morrer, mas por enquanto só está me fazendo querer desistir de assistir pelo clima moroso.
Se por um lado alguns conflitos são resolvidos na velocidade de dois episódios, sem alarde, por outro, dá a sensação de que “está demorando demais” para acontecer algo importante, já que o que estava fervendo antes foi resolvido de um jeito tão “ah tá, ok”, como a revelação de sua identidade, que parece que tem algo faltando. Isso costuma ser sinal de que há muita história para ser contada, mas se eles perdessem um pouco mais de tempo em construir um clima em cima dessas revelações, talvez não precisassem rechear de bobagem.

A hibridez entre drama histórico e romance é até comum em várias comédias românticas de época mais fofinhas, engraçadas e sem compromisso (como Senhor Rainha e Love By The Moonlight), mas para um dorama que começa com uma cena de guerra não me pareceu bem o tom certo. Sinto que estou em uma balança, ainda sem entender o que pretende a série, se é para aproveitar os momentos de “slice of life” de vidinha na vila ou esperar uma vingança da princesa. A produção lembra bastante o clima épico de Crônicas de Arthdal, mas falta convencer na história, especialmente em personagens que pareçam ter algo a contar. Estou contando com o personagem do Lee Ji Hoon para isso.
Ainda faltam 15 episódios para desandar ou abandonar de vez as gracinhas e pesar na seriedade. Eu estou em dúvida se continuo assistindo, mas como gosto dos atores, talvez eu insista até o final. Caso você tenha visto e tenha uma opinião diferente, comente abaixo!
Recomendo fortemente que voce continue assistindo, a troca de ator trouxe um dinamismo bem mais gostoso de ver na série, se o On Dal parecia só um garoto palhaço e inocente, o novo ator trouxe uma profundidade um pouco maior para o personagem. Além disso os episódios tem trazido muito mais dinamica para história, vale a pena insistir.
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Obrigada pela dica! 🙂 vou retomar
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realmente viu, ficou muito melhor! Só o fato de cortarem as cenas do personagem e aumentarem as de tensão já ajudou demais
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