Assim como a maior parte da Coreia do Sul, eu também sou muito fã da IU como cantora e como atriz. Mas sua fama nem sempre foi assim. Ela demorou para se tornar a “irmãzinha da nação”. Muitos de seus doramas foram boicotados e até mesmo na música ela precisou ajustar seu estilo até Good Day. Abaixo, os trabalhos na TV feitos pela atriz até o ano de 2020, para que você possa escolher o que assistir de acordo com a personagem.
Dream High (2011): este dorama icônico musical reúne vários nomes do k-pop, como o Wooyoung e o Taecyeon do 2PM, a Eun Jung do T-ARA e o próprio JYP. Para IU foi seu primeiro papel como atriz, atuando como Kim Pil Sook, uma garota excluída e muito tímida, mas com ouvido absoluto, capaz de reconhecer e reproduzir qualquer nota. Para o papel, ela vestia roupas extras e ganhou maquiagem para tornar o rosto mais redondo. A personagem se apaixonava por um garoto popular de seu grupo, mas ele lhe faz um pedido polêmico: vai namorá-la se ela emagracer. A personagem cumpre a promessa com muitos exercícios para poder ficar com seu oppa. Muito estranho para os dias de hoje, mas ainda assim Sonhe Alto é um clássico. Na segunda temporada, a personagem volta apenas para o primeiro episódio como participação especial.
You Are The Best! (2013): com 50 episódios de duração, “Você é a Melhor, Lee Soon Shin” foi o primeiro trabalho principal da IU em doramas. A personagem é uma menina comum sem talentos que enfrenta problemas após a morte de seu pai, mas encara a vida com muita coragem e aura positiva – bem estilo A Lenda: Um Luxo de Sonhar. Um dia ele encontra o chefe de uma agência chamado Shin Joon Ho (Jo Jung Suk, de Hospital Playlist), um homem frio e competitivo que vai descobrir o significado de família através dela. É um makjang, um novelão dramático, e a diferença de idade deles é de 13 anos (ela tinha 19 na época, e ele 32), o que gerou certos comentários na época.
Bel Ami (2013): neste drama de 16 episódios baseado em quadrinhos, IU interpreta Kim Bo Tong, uma menina pobre que está apaixonada desde a adolescência pelo homem que é considerado o mais bonito do mundo, Dokgo Ma Te (Jang Geun Seuk). Ciente de sua beleza, ele só se interessa por mulheres que têm algo a oferecer para ele, como a poderosa Yoo Ra, que planeja um golpe contra sua madrasta. Com medo de perdê-lo para a bonitona, Bo Tong acaba se envolvendo nesse plano. Esse é pra quem adora sofrer com um amor platônico e um protagonista babaca. A história em si não tem muitos comentários positivos. Quem sabe se fosse mais em volta da personagem da IU do que do fanfarrão.
Os Produtores (2015): esse eu assisti só para ver meus dois atores favoritos juntos, Kim So Hyun e IU. Aqui, IU interpreta Cindy, uma idol solista famosa extremamente arrogante, egoísta, mas muito solitária. Uma quebra na imagem apenas doce e inocente dela. Porém, ela não é a principal da história, o que para mim torna a série um pouco monótona em alguns momentos. O ponto de vista é contado através do produtor tímido e desajeitado interpretado pelo Kim So Hyun, porém, ele vive um triângulo amoroso estranho com a veterana da equipe, interpretada pela Gong Hyo Jin (Para Sempre Camélia e Tudo Bem, Isso é Amor), que por sua vez tem uma relação de amizade com seu colega, interpretado pelo Cha Tae Hyun. O drama tenta fazer acontecer esse “noona romance” o tempo todo, mas achei todas as cenas com a Cindy ótimas e, se pudesse editar esse drama só com o casal principal, seria bem menos arrastado.
Moon Lovers (2016): Scarlet Heart Ryeo foi um marco para mim como dorameira. Na Coreia do Sul, competiu com o xoxo Moonlight Drawn By Clouds e perdeu. IU sofreu com muitas críticas e foi “cancelada” por uma atuação “fraca”. No exterior, no entanto, a série fez um imenso sucesso e muita gente ficou torcendo para ter uma segunda temporada. A personagem aqui é Go Ha Jin, que vai parar no corpo da nobre Hae Soo, da era Goryeo, e tenta reescrever a história. Nesse meio tempo, há um turbilhão de emoções e reviravoltas. A mocinha é bem genérica, de fato, mas é doce, resiliente, um pouco boazinha demais. Olhando hoje o quanto ela cresceu, IU já fez trabalhos mais entregues, mas acho Moon Lovers um título apaixonante.
My Mister (2018): Lee Ji Ahn é uma das minhas favoritas da IU. Uma imensa surpresa e diferente de tudo que ela já fez antes, a personagem foi maltratada pela vida, é uma alminha vingativa, depressiva, sem esperanças e rancorosa, que começa a perseguir seu chefe para poder ganhar dinheiro e pagar as dívidas que possui com um agiota. É provavelmente o melhor trabalho dela. A história é ótima e dá para perceber como ela cresceu como atriz aqui. Veja a resenha.
Persona (2019): essa antologia com representações psicológicas é um choque na carreira da IU. Isso porque ela intepreta personagens diferentes a cada episódio que independe do outro e que trata de temas bem adultos. A trama não tem nada de agridoce, romântica ou fofinha. É como ver um filme indie, assinado por autores diferentes. IU mostrou que não era mais uma menininha para qualquer papel em definitivo. A Letícia fez um texto para o blog sobre o primeiro episódio.
Hotel del Luna (2019): a querida Jang Man Wol é uma combinação da arrogância da Cindy com a sofrência da Hae Soo e o espírito vingativo da Lee Ji Ahn. Essa série que me encantou tanto trouxe uma personagem vibrante e poderosa, mas também com traços muito humanos. É uma representação do tanto que IU cresceu como atriz e agora é capaz de trazer muitas nuances para suas personagens. Confira aqui a resenha.
♥ Extras
20, Start of a Wave (2012): esse doraminha curto disponível no YouTube em três partes é na verdade uma propaganda da Samsung em formato de série, estrelada pela IU e o Siwan e Kwanghee do ZE:A, para promover o celular Wave. Mesmo sendo uma propaganda, é bem bonitinho.
Debaixo da Cerejeira 