Resenhas de Kdrama

[Resenha] Mate-me, Cure-me: o que mais gostei (ou não) da série clássica sobre múltiplas personalidades

Kill Me Heal Me é um daqueles doramas que “todo mundo já ouviu falar”, mas nem todo mundo assistiu. Será que vale a pena? Pois bem, escrito em 2015 pela Jin Soo Wan, a mesma de Chicago Typewriter e A Lua que Abraça o Sol, a trama, em volta de um homem que precisa lidar com seu transtorno de múltiplas personalidades, é bastante original no mundo dos k-dramas, ao menos pelo que tenho conhecimento.

O melhor

Você sabia que Ji Sung aceitou o papel depois de Hyun Bin recusá-lo? Pois ele fez muito bem. A melhor parte de Kill Me Heal Me sem dúvidas é o protagonista e sua habilidade de convencer no papel de todas as personalidades. A adolescente é uma das personificações mais engraçadas de todas e em determinado momento você acredita que ele é uma fã colegial e cria té carinho por essa personagem. Isso vale para todas as outras, porque a magia é tanta que você acaba acreditando que são pessoas diferentes. A versatilidade desse ator foi o que elevou a nota do dorama e carrega sua fama até hoje. Sua atuação é brilhante.

@whumpetywhump

Falando nisso, a temática de múltiplas personalidades e saúde mental em geral (abordando também crises de pânico, depressão e transtorno de estresse pós traumático) misturada com trama de suspense é realmente bem feita e envolvente. É um kdrama bastante único e só pode ser copiado se for de maneira bem descarada.

A trilha sonora é muito boa, em especial a música tema para momentos tensos (Auditory Hallucination, uma referência a experiência de ouvir vozes e afins).

Apesar de eu detestar a personagem principal, o romance deles é uma das melhores coisas feitas, pois é necessário muito amor mesmo para aceitar e embarcar nessa intensidade de sentimentos do protagonista e a psiquiatra coloca seu lado médica de lado e vem com o coração para aceitá-lo com toda a empatia. É realmente bonito o amor deles.

@paper-box

Além disso, descobrir quem são as personalidades, como se comportam e qual sua origem se torna um tipo de passatempo que faz parte de toda a experiência positiva da série. Só uma delas que eu achei bem jogadinha, perdida na história, e aí teria sido melhor distribuir os 20 episódios com elas. Já para quem só quer dar umas boas risadas, pode ter certeza que a ala psiquiátrica toda do kdrama vai fazer o possível para te fazer rir. É ótimo na comédia também.

O pior

@lavenderbyun

Não consigo gostar da protagonista feita pela atriz Hwang Jung Eum (de She Was Pretty). A personagem grita de maneira estridente sem parar e por tempo prolongado demais. Algumas vezes é engraçado, mas é excessivo e o-tempo-inteiro. A imagem infantilizada dela em suas roupas, trejeitos e sua relação com o irmão também me parecem um pouco patológicas e fora de lugar. A vergonha alheia é palpável e a imagem da atriz não parece combinar com esse papel de garota bobinha, que para se adequar, joga a voz em tons altos para parecer doce. Acho que as protagonistas escritas pela autora não são mesmo para o meu gosto.

O irmão, que apesar de ser interpretado pelo Park Seo Joon, é um personagem muito incômodo. O dorama não aborda os grandes problemas de sua relação com a irmã. Em algo que eu considero um tanto quanto obsessivo e com pinta de vilão, ele sai como sendo apenas um irmão ultra carinhoso.

Existem episódios demais. Para fechar os 20, existem vários episódios de filler (eu diria que por volta de 5) que podem te fazer querer desistir. Porém, da metade para frente aquilo engrena de novo. É cansativo e dá para perceber que fizeram ali uma salada para segurar a trama.

@annak2020

Há dois personagens bem fraquinhos e escritos para serem meramente crápulas. O primeiro deles é o primo do protagonista e presidente da empresa na qual ele trabalha, interpretado pelo Cha Ki Joon. O segundo é aquele estereótipo de namorada prometida, interpretada pela Han Chae Yeon. Esses dois causam raiva sempre que aparecem e servem para dar aquela esticada nos episódios.

Resumindo…?

@thesingingnorwegian

Por mais que eu tenha listado vários pontos incômodos da série para mim, ainda assim eu considero uma obra de destaque dos k-dramas, especialmente considerando aqueles feitos nessa época de 2015. A atuação de Ji Sung é realmente especial e tudo que rodeia suas personalidades realmente é fascinante. O entorno pode ser um pouco espinhoso e por vezes tedioso, o que faz com que eu não consiga dar um 10 para ele, embora se eu pensasse só no protagonista eu o faria, pois o prazer de vê-lo brilhando na tela é tamanho que supera todos esses problemas.

Nota:

Avaliação: 3.5 de 5.

O que ver a seguir?

Saúde mental está em alta e vários doramas hoje em dia gostam de abordar a questão, mas há dois títulos que me fazem pensar diretamente me Kill Me Heal Me. Temos Tudo Bem, Isso é Amor que também traz uma relação médica/paciente e, mais recentemente, Tudo Bem Não Ser Normal, que traz um cuidador de uma clínica psiquiátrica e uma mulher antissocial.

2 comentários

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