Resenhas de Kdrama

Marry My Husband: alguém casa logo com esse traste por favor; resenha e polêmicas em volta do dorama

"Marry My Husband" é um dorama de 16 episódios, disponível na Prime Video, que combina vingança e viagem no tempo. Apesar de polêmicas, a trama intrigante e o desempenho do elenco garantem uma experiência agradável. Boa opção para fãs do gênero.

“Marry My Husband” (Case com meu Marido, em tradução livre) foi exibido exclusivamente na Prime Video. É um dorama de 16 episódios, no qual uma mulher com câncer é assassinada por seu marido após descobrir que ele a traía com sua melhor amiga, mas ganha a chance de reescrever seu destino. Um dorama de vingança e viagem no tempo, focando no romance. Não tem dublagem, só legenda.

A narrativa de “Marry My Husband” é baseada em um webtoon de Seong So Dak. O roteiro foi feito pela Shin Yoo Dam (Awaken, High End Crush) e a direção é de Park Won Gook (The Emperor: Owner of the Mask). Após ser assassinada por seu marido, Kang Ji Won, interpretada por Park Min Young, desperta uma década no passado, antes de se casar com ele. Determinada a alterar os eventos que conduziram à sua morte, ela começa a mudar as escolhas e tentar empurrar seu destino para outra pessoa, a melhor amiga falsa que a traiu.

Enredo

Park Min Young é uma musa das comédias românticas, conhecidíssima por trabalhos como “Clima do Amor“, “What’s Wrong with Secretary Kim“, “Healer” e “City Hunter”. Enfrentando polêmicas durante as filmagens, conseguiu entregar uma atuação viva e dócil, como é de costume. Kang Ji Won é obcecada em prevenir sua trágica história a leva a um ciclo de sofrimento e vingança, frequentemente à custa de sua própria felicidade.

Na In Woo (substituindo o ator principal em “O rio onde a lua nasce“, “Sr. Rainha”, “Cleaning Up” e “Mystic Pop-up Bar”), no papel do adorável Yoo Ji Hyeok, o neto secreto do CEO onde ela trabalha. Ele também ganha uma segunda chance após morrer em um acidente de trânsito, querendo ajudar a sua funcionária a ter uma vida melhor, de preferência a seu lado. O personagem carece de uma história própria mais desenvolvida. Embora seja fofo que ele viva em função da protagonista, suas ambições são simples e o enredo envolvendo sua noiva é o mais fraco da série. No entanto, ele foi um protagonista que me fez mais dar gritinhos. Seus gestos e olhares são apaixonantes. Eu amaria vê-lo mais vezes nesse papel super romântico.

Os antagonistas,são interpretados por Lee Yi Kyung (“Suits”, “Welcome to Waikiki” e “Go Back Couple”), que interpreta o marido egoísta e asqueroso, Min Hwan, e Song Ha Yoon ( que fez um excelente trabalho em “Lutando pelo meu Caminho“) como a amiga falsa. A atuação da vilã nos faz amar odiá-la e é muito diferente da mocinha fofa que ela já fez, o que é um mérito dela. A personagem em si é muito interessante, porque mostra um tipo de amizade que muitas vezes nós podemos ter. É uma vilã que se faz de vítima e de boazinha, mas até o final vai dizer que é o mundo que é contra ela, projetando suas falhas de ser manipuladora nos outros. É a figura mais completa do dorama.

A presença da personagem da cantora BoA, simplesmente um ícone do KPOP e JPOP há gerações, como a ex-noiva do protagonista, descarrilhou o dorama, em uma plot desbalanceada com o pior dos clichês de tentativa de assassinato de makjangs. Parece que a direção optou dar destaque para ela não pela personagem, mas por quem ela é aqui fora.

Cito ainda mais quatro personagens. Primeiro, os meus favoritos da subtrama: Gong Min Jung e Ha Do Kwon (“Sh**ting Stars”. “Tale of the Nine Tailed 1938” e “Penthouse“), que formam um casalzinho da moça em um casamento ruim e o advogado da empresa. Eles são um casal que poderia ser tão real que eu torci muito. São uma graça.

Por último, os personagens mais esquecidos nos churrasco, Choi Gyu Ri e Lee Gi Kwang, do grupo de Kpop Highlight, que interpretam a irmã do CEO e o chef de cozinha. Eu adorei ambos, mas por causa da vinda da ex-noiva, eles perderam muito tempo de tela.

Ritmo

Inicialmente cativante, “Marry My Husband” perde ímpeto à medida que recicla enredos e entra em um ciclo repetitivo. Vimos a mesma fórmula repetida de novo e de novo de três em três episódios: ela continua no relacionamento porque o “destino precisa ser passado para alguém”, ele faz algo babaca que já estamos sabendo, a amiga faz algo asqueroso e é confrontada por ela, o neto do CEO cuida dela. E assim fica por muito tempo. É um pouco irritante, mas vai melhorando.

O problema maior, mesmo, foi na trama secundária da ex-noiva. As inserções de elementos criminais e vingativos, embora inicialmente empolgantes, tornam-se excessivas, diluindo a qualidade da narrativa. Ficou pobre, parecendo makjang, e nisso tudo perdeu oportunidade de abordar os outros casais que estavam ali com ótimas chances de renderem muito.

Polêmicas

As polêmicas envolvendo Park Min-young e seu marido na vida real, bem como a controvérsia relacionada ao conteúdo halal presente no webtoon original, que foi excluído da adaptação televisiva, marcaram a recepção do dorama internacionalmente.

Após a revelação de seu relacionamento com o empresário Kang Jong-hyun, conhecido por suas conexões com a indústria de criptomoedas. A atriz enfrentou investigações sobre sua possível participação nas atividades ilegais de Kang – pois teria sido influenciada na carreira pelo marido -, levantando questões sobre sua integridade e impactando sua imagem pública. A situação se complicou quando ela foi proibida de deixar a Coreia do Sul pela Procuradoria do Distrito de Seul, enquanto era investigada. Apesar de negar todas as acusações, isso fez com que seu novo dorama fosse recebido de maneira estranha.

Essa polêmica coincidiu com uma controvérsia separada relacionada ao conteúdo do webtoon original “Marry My Husband”, que foi excluído da adaptação televisiva. Relatos indicam que, em sua versão coreana original, havia referências e narrativas que poderiam ser interpretadas como discriminatórias em relação ao Islã. Por exemplo, em uma parte da história, uma linha de produtos halal introduzida por uma empresa enfrenta reações negativas extremas, incluindo referências a grupos islâmicos radicais detendo voluntários coreanos. Esse conteúdo levou a acusações de islamofobia e racismo por parte da comunidade online, resultando em pedidos de boicote ao webtoon e ao dorama relacionado​​​​.

A editora do webtoon fez modificações nas partes controversas da história na versão em inglês e emitiu um pedido de desculpas, prometendo ser mais cuidadosa no futuro em relação ao conteúdo global e culturalmente apropriado.

Conclusão

“Marry My Husband” me divertiu muito, apesar de seus defeitos e polêmicas. Embora possa não representar o ápice da produção de doramas, sua trama intrigante e o desempenho do elenco garantem uma experiência bem agradável!

O último episódio é especialmente satisfatório, trazendo muitos mimos e fanservice para ficarmos felizes, inclusive nos casais mais deixados de lado, o que comprova minha teoria de que se não fosse o foco excessivo na noiva e suas malvadezas, a série teria sido muito mais agradável como foi no começo.

Eu recomendo, mas não posso deixar de dar uma nota condizente ao conteúdo que foi apresentado.

Avaliação: 3 de 5.

Recomendo “Dra. Cha” como dorama de vingança de uma esposa que vai retomar sua vida. Também gosto muito de Twenty Again.

2 comentários

  1. Olá! Gostei muito da sua análise, acho que, além dos pontos que vc apontou sobre a ex-noiva, colocaram bastante ênfase nas maldades para justificar o final dela. A vingança do casamento perfeito, não sei se vc já assistiu, segue uma trama semelhante, mas mais novelesco, é divertido e o Sung Hoon melhorou significativamente na sua atuação.

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