Engraçado e relacionável, Weightlifting Fairy é uma comédia romântica esportiva sobre autoaceitação que fez muito sucesso em 2016 (o ano dourado dos doramas) e é uma série querida até hoje. Assisti o dorama pelo Viki.
Os principais são: Lee Sung Kyung (Cheese in The Trap, Questão de Tempo e Tudo bem Isso é Amor) e Nam Joo Hyuk (Apostando Alto, Cheese in The Trap, Quem é Você: Escola 2015). Uma combinação que deu certo. Os dois são modelos considerados lindíssimos e possuem um tipo de atuação semelhante bem carinha de comédia romântica.
Vale ressaltar a participação importante do Lee Jae Yoon (A outra Oh Hae Young e o execelente Mother de 2018) como o interesse amoroso da protagonista e o trabalho dedicado da Cho Hye Jung (Cinderela e os Quatro Cavaleiros), que ao contrário da atriz principal que apenas utilizou enchimentos nas roupas, engordou especialmente para o papel. Quem viu Itaewon Class pode reconhecer a Lee Joo Young de cabelinho curtinho como uma das amigas do levantamento de peso.
A trama
O dorama é baseado na vida do halterofilista medalhista de ouro Jang Mi Ran. O roteiro é da Yang Hee Sung, de Esposa Familiar, Once Again e Oh My Ghostess, e a direção do Oh Hyun Jong, de Find Me In Your Memory. Antes de mais nada, esteticamente o dorama é muito agradável aos olhos, tendo uma paleta de cores fofinha, com bastante azul, rosa.
Kim Bok Joo é uma promissora levantadora de peso que estuda em uma faculdade esportiva e sonha em ganhar uma medalha de ouro. Para seu azar, ela se apaixona pela primeira vez na vida por um médico de uma clínica de emagrecimento. O doutor Jung Jae Yi é gentil e carismático, o que faz com que Bok Joo fantasie qual seu tipo de mulher ideal e queira se encaixar nele. É por isso que ela pergunta uma das frases mais icônicas dos doramas: “Você gosta do Messi?” Porque acha que todos os rapazes gostam de futebol e ela precisa se mostrar interessante. A partir de então, ela finge que é uma delicada musicista, mas não esperava que o primo do rapaz estuda no mesmo lugar que ela, o competidor olímpico de natação Jung Joon Hyung, que promete lhe dar uma grande dor de cabeça.
A história acerta demais em uma protagonista fora da caixinha bem molecona, direta e explosiva, e encanta ao mesmo tempo pelo dilema da atleta tentando fingir ser uma garota padrão “feminina”, delicada e fofa, negando suas características de uma enérgica levantadora de peso – as mesmas pelas quais logo de cara a própria audiência já se identifica e se apaixona. Ela tenta negar a si mesma inclusive arriscando perder seus recordes e objetivos no esporte só para agradar ao outro começando a emagrecer em segredo. O que ela não enxerga é o quanto ela é, também, fofa, sensível e uma ‘fada’ de seu próprio jeito, tendo também características que a “mulher padrão” que ela sonha ser não tem e que poderia querer – como é bem mostrado na figura de uma colega com severos problemas de autoimagem que gostaria de ser mais forte e espontânea como Bok Joo.
Enquanto está nessa “missão” para esconder a verdade tanto de seus colegas de time quanto de seu primeiro amor, o primo aos poucos acaba se apaixonando por ela ao observá-la de perto e descobrir todos esses detalhes que a fazem ser autêntica. É claro que não sem antes discutirem e terem uma relação bastante conflituosa de rivalidade.
Assim, a mensagem em geral é bem positiva: enquanto ela quer se esforçar para agradar, ela não consegue enxergar que seu jeitinho já conquistou totalmente não só um rapaz que ela nem imaginaria estar interessado nela, mas seus objetivos de vida e sonhos de verdade.
Como esperado, essas mentiras geram uma série de confusões bem engraçadas, mas ao mesmo tempo angustiantes, pois causam um certo reconhecimento em qualquer um que já deu tudo de si para tentar agradar alguém e esconder um característica supostamente vergonhosa de si. Não é à toa que a série fez muito sucesso entre os jovens e principalmente no exterior, ganhando um remake chinês chamado “So It’s You”.
Além da autoimagem, a história trata de alguns assuntos espinhosos como os transtornos alimentares e os abusos cometidos por treinadores em nome de resultados. É fofo, agradável, inocente e relacionável, com uma cena icônica de inversão de papéis (a do carro e a água na rua) e de expectativas. Um prato cheio se você gosta de histórias nas quais amigos viram namorados ou de casais que tem briguinhas “te amo, te odeio”, com uma menina forte e um garoto chiliquento.
Infelizmente uma hora a trama esgota e, uma vez que o casal fica junto, o ritmo fica prejudicado e a história começa a enrolar e chover no molhado só para preencher os episódios. Se tivesse 12 episódios, seria muito mais aproveitável e por isso não ganhou nota mais alta no meu coração.
Tirando esse lenga-lenga, Fada Levantadora de Peso é uma comédia romântica agradável, com uma rara protagonista que não precisa de uma super transformação para encaixotá-la e fazê-la gostável. A jornada de Bok Joo é sobre reconhecer o direito de ser amada por todas as suas cores e permitir-se viver seus próprios sonhos.
Nota:
O que ver a seguir:
Mulher Forte Do Bong Soo também tem uma inversão de papéis: a menina baixinha e fofa é a segurança fortona do CEO mimadinho.
Na linha dos transtornos alimentares, Oh Minha Vênus bate na tecla da aceitação, o emagrecimento para entrar no padrão e suas consequências.