Resenhas de Kdrama

Resenha de Agency: o cruel mercado de trabalho do mundo de agência de publicidade

Agency é um dorama de 16 episódios, disponibilizados dublados na Netflix, sobre uma diretora de criação considerada fria e implacável que tenta sobreviver em um ambiente hostil de agência de publicidade.

A estrela do dorama é a linda e poderosa Lee Bo Young (de É Tudo Meu e Mother (2018)). A atriz é excelente e convence muito no papel de estátua gélida, tendo já experiência com trabalhos parecidos. A personagem tem camadas e fragilidades, sendo bem desenvolvida além da inteligência. Ela foi “construída” assim pelo ambiente competitivo e opressor corporativo sul coreano, que não dá a menor chance para fragilidade. Somado a isso, tem toda uma problematização em volta dos transtornos mentais e uso de medicamentos, que acabam se tornando necessários para sobreviver ao ambiente coorporativo.

Son Na Eun, que é uma ex-idol de kpop do grupo APink, foi uma grande surpresa para mim. Acostumada com seu início de carreira como atriz nos doramas Cinderela e os Quatro Cavaleiros e Twenty Again, tive um primeiro contato não muito feliz com suas habilidades cênicas. No entanto, não sei se foi a dublagem, os anos de experiências, a mudança de agência de talentos, ou se talvez a personagem se aproxima mais da personalidade original da atriz, mas a patricinha herdeira Kang Hana é uma gracinha e seu romance com o motorista (Han Joon Woo, de Pachinko e Minha Família Nada Familiar) é um tropo delicioso de assistir e torcer. Ela se faz de burra como estratégia para sobreviver no mundo dos leões do marketing. É confiante, mimada e surpreendentemente intrigante.

Gostei bastante também do avozinho da Naeun, que de bobo não tem nem a cara. Inteligente e sagaz, dava ótimos conselhos e cenas de um verdadeiro estrategista. No mais, o núcleo de funcionários, com exceção da mãe, acaba apagado, mas poderia ter seus momentos mais desenvolvidos, que ajudariam a preencher os episódios finais sem ficar repetindo a trama.

Como é uma agência de publicidade de verdade?

Em geral, a equipe de Planejamento trabalha em conjunto com a Criação. Eles são responsáveis por estruturar o conceito e o objetivo por trás da campanha. A criação entende os alvos que precisam ser atingidos e preenche com ideias que comuniquem essa ideia.

Na série, é possível perceber um pouquinho do que costuma acontecer: os planejadores são rígidos e seguem fluxos de trabalho bem estruturados e ordeiros. Já os criativos são mais caóticos, trabalham em brainstorming, em picos de energia diferentes. Juntos, costumam ou bater cabeça ou construir uma ideia que seja tão criativa quanto

Análise

O ritmo é bem dividido. A história parece ter cerca de quatro mini arcos: a introdução da rivalidade, a chegada da nova diretora, o romance da herdeira com o motorista e um lado mais frágil da vida pessoal conturbada da protagonista. Porém, quando chega perto do final, não sei por que perdi um pouco da gana de assistir. Talvez eu estivesse esperando um pouco mais do arco da mãe, mas os últimos quatro episódios pareciam mais de um dorama político e achei mais do mesmo. O final é criativo de certo modo e transmite uma mensagem similar a Dra. Cha, mas coerente com os desejos da protagonista. Embora possa parecer frustrante, acredito que a personagem encontrou seu caminho de felicidade.

Em geral, é um divertido dorama de escritório, especialmente se assistido dublado. Não é muito focado em romance – então, se você não gosta, é um dorama para você -, ainda que tenha um casal secundário. É mais um dorama de intrigas e reviravoltas ao estilo de novela, mas é bem legal, com uma pitada de romance fofo para quem quiser, e uma outra de “clima de vingança”.

A série faz críticas ao mundo corporativo, especialmente excludente e cruel para mulheres. Tem um núcleo muito interessante sobre isso (a redatora com seu filhinho que torce para que a mãe fique desempregada, mas, ao mesmo tempo, quer comer a carne cara que o trabalho proporciona). É recomendada para todo mundo que trabalha muito mais que as 8 horas e é exigido fora dela, mas não é uma trama memorável.

Nota:

Avaliação: 3 de 5.

O que ver a seguir?

Pelo estilo da protagonista e dorama sem romance, recomendo a juíza implacável de Juvenile Justice. Para uma outra trajetória de uma mulher em um meio opressor, mas no caso um dorama de comédia, Dra. Cha é para você.

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dOAR

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