Resenhas de Kdrama

[Parei de ver] Revolutionary Love: nem o rosto esculpido de Siwon salva personagem bobo

O Show do Super Junior no Brasil trouxe à tona minha memória de Revolutionary Love, um dorama coreano que estreou na Netflix e tinha Choi Siwon, integrante e visual do grupo, como um dos protagonistas. Embora seja um dorama popular, o primeiro episódio não me convenceu a continuar assistindo. O primeiro episódio me lembrou por que optei me poupar disso.

A trama

Revolutionary Love (Amor Revolucionário, em tradução livre) é um dorama de 16 episódios da tvN, de 2017, contando uma história de comédia romântica clássica entre uma mocinha pobre batalhadora e um CEO. A diferença é que o CEO é bonzinho e “mal compreendido”, acabando por criar diversas situações que causam o caos e difamam a reputação da empresa de seu pai, a GangSu. Em uma viagem para Bali, Hyuk (Siwon) sofre uma decepção amorosa e, aos prantos, acaba causando um incidente com uma aeromoça (Kim Ye Won, Você é Minha Primavera, Isso Se Chama Amor) – ele para com as mãos em seus seios e é acusado de assédio. A partir de então, a polícia começa a procurá-lo, mas seu pai (Choi Jae Sung), um homem violento e egoísta, e seu irmão mais velho (Lee Jae Yoon, Mother, Fada do Levantamento de Peso) fazem de tudo para excluído do grupo e complicam ainda mais sua situação.

Nessa confusão toda, um novo mal-entendido o faz ser confundido com um funcionário de hotel pela mocinha da história, Jun (Kang Sora, Misaeng: Incomplete Life e Doctor Stranger), que o acolhe em casa. O detalhe: ela mora no mesmo apartamento que o secretário do CEO (Gong Myung, A Noiva do Deus da Água). O mal entendido é logo desfeito, mas o triângulo amoroso é estabelecido.

Teria algo interessante a ser trabalhado aqui: o secretário dedica toda sua vida para o CEO poderoso e de repente ele o invade até mesmo em sua vida particular, com a mulher que ele cuida e gosta em segredo. Porém, ele já a rejeitou uma vez. Quem “merece” mais o amor de Jun? (Resposta fácil: quem ela escolher, claro).

Por que achei Revolutionary Love tão ruim?

A comédia é tão forçada que, apesar de ter alguns momentos que podem ser engraçadinhos, perde-se verossimilhança. Mas o maior problema nem chega a ser isso. O personagem Hyuk é uma caricatura extremamente boba e sem humanidade — ele não parece uma pessoa que existiria de verdade, nem naquele universo. Tudo bem ser um personagem ingênuo protegido pelo mundo, mas tudo é muito, muito, exagerado. As expressões de Siwon às vezes parecem que ele quer mostrar o tempo todo que está atuando, reagindo com muitos cacoetes a qualquer estímulo em cena – porém às vezes me perguntei por que o colocaram em cena se participaria apenas assistindo um diálogo se desenrolar. Soma-se a isso um alongamento terrível de cenas, que parece que não podem piorar na vergonha alheia, mas conseguem. Algumas piadas beiram o escatológico, apelando para arrancar risadas.

Atribuo isso a um texto difícil de ser segurado em cena com alguma seriedade. O dorama todo parece uma grande diversão de improviso de bastidores entre os atores. O roteiro é de Joo Hyun, que escreveu o elogiado O Mundo dos Casados e My Horrible Boss. A direção é de Song Hyun Wook, de O Rei de Porcelana.

O ator que mais se esforça em levar toda essa brincadeira a sério é o Gong Myung, que faz o secretário, e um pouco a Kang Sora, a protagonista – ela fez uma mocinha parecida em Perfume de Uma Mulher, onde ela está ótima, mas aqui não deu certo, o que me dá sinais de que o texto é incarregável.

De vez em quando, tem algumas cenas engraçadas, algumas partes carinhosas que trazem leveza. Mas honestamente? Se você ainda não assistiu a esse dorama e ficou curioso se deveria, a resposta rápida é: não. Se duvida, assista ao primeiro, talvez o segundo episódio. É só isso. A história roda em círculos e comete um erro terrível de já quebrar o mistério logo no começo, o que torna tudo sem propósito.

Eles tentam trazer na segunda parte uma briga de empresas, com história de corrupção, mas tudo isso em um terreno pouco fértil da comédia desmedida acaba mais um elemento para arrastar a conclusão.

Interações com Super Junior

Uma curiosidade é que a protagonista, Kang Sora, foi a esposa de mentirinha de Lee Teuk, que é o líder do Super Junior. Tudo fez parte de um reality show chamado “We Got Married”, no qual duas pessoas fingem ser um casal. Que sortuda — bem, convenhamos que eles também!

O que se salva na série?

A comédia (em alguns momentos é engraçado, mas fica excessivo), o carisma e a simpatia de Choi Siwon (que homem lindo, senhor!), e a relação do trio conforme vão se conhecendo mais (em especial o bromance dele com o secretário, já que a obsessão instantânea dele sem sentido pela Jun não me agradou). Porém, sendo bem honesta, só assisti pelo Siwon mesmo.

Preguiçoso e com algum potencial de ser um clichê caloroso, Revolutionary Love não tem nada de revolucionário. Pelo contrário, tem cara e roteiro de dorama bem mais velho.

O que assistir em vez disso?

Com certeza Business Proposal, o famosinho Pretendente Secreto, dá um baile em como fazer direito uma relação entre CEO e empregada da mesma empresa de um jeito charmoso, interessante, engraçado e até crível em certos momentos. Outro antiguinho para quem curte mais um dramalhão é Perfume de Uma Mulher – com a mesma protagonista, que está encantadora e real aqui.

Nota:

Avaliação: 2 de 5.

(Uma das estrelas só está aqui para caso você seja fã do Siwon, como eu).

Você gostou desse dorama? Defenda-o aí nos comentários. Qual foi sua cena favorita?

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