“Ready, Set, Love” é uma série tailandesa disponível na Netflix, composta por 6 episódios dublados, que nos transporta para um universo paralelo afetado por uma pandemia inexplicável que extinguiu o nascimento de pessoas com o sexo biológico masculino. Neste mundo, os homens se tornaram “tesouros nacionais”. As mulheres competem por seus afetos em um concurso patrocinado pelo governo chamado “Batalha das Solteiras”. Day, é inscrita por sua irmã em um processo de loteira e aceita inesperadamente no concurso, onde conhece Son, o solteiro mais cobiçado. Juntos, eles enfrentam uma conspiração que ameaça seu amor e o mundo como o conhecem.
A série é uma sátira provocadora de reality shows, apresentando uma mistura intrigante de sobrevivência distópica, romance, comédia, thriller e drama, destacando-se particularmente pela inclusão madura e muito natural de personagens LGBTQIAPN+, um aspecto que a diferencia de muitos outros shows do gênero BL na região. A trama é impulsionada pela protagonista feminina relutante, Day, cuja participação no concurso desencadeia uma jornada repleta de momentos caóticos, hilários, sinceros e românticos.
Eu me vi fazendo maratona e me divertindo bastante nos três primeiros episódios muito divertidos, que a todo momento quebram a quarta parede e conversam com o público. No entanto… Teria sido mais efetivo se fosse um filme. Seria um ótimo filme. Mas com 6 episódios para preencher, a série dança entre reality e suspense, caindo em repetições. Por um lado, essa mistura de programa de reality show e ficção causa uma atmosfera autêntica, um escapismo que só um BBB nos proporciona, mas sem a parte do sadismo. Aqui é pura comédia, trazendo alguns bons risos.
Inesperadamente, os personagens têm suas personalidades distintas, sem cair no estereótipo de só vilão (exceto o elenco adulto) ou de rival. É inesperado e interessante, com uma protagonista relacionável e um mocinho doce com quem teve muita química. .
Entretanto, apesar de seu conceito original e execução criativa, “Ready, Set, Love” não explora profundamente os temas potencialmente ricos que introduz. O declínio no nascimento de meninos e a consequente resposta governamental abrem caminho para questionamentos sobre direitos humanos, liberdade e o papel do governo na regulação da vida privada. Esses elementos, junto com a complexidade das relações apresentadas, sugerem um potencial não totalmente explorado, deixando espaço para desenvolvimentos futuros na narrativa. Temos uma resolução baseada em um longo discurso piegas que não traz a sensação de revolução que deveria no ponto de clímax da série.
Espera-se que a próxima temporada aborde questões pendentes como o destino da “Fazenda” após o programa, o desdobramento da história do pai de Son e o status de Son, Day e seu filho com os rebeldes. A cena final da primeira temporada sugere um mundo aparentemente resolvido, mas levanta dúvidas sobre a sustentabilidade dessa paz. Afinal, onde vivem? O que comem? Como trabalham? Eles eram os solteiros mais cobiçados, e simplesmente vivem em um lugar tranquilo, agora? Estranho, apressado e um pouco preguiçoso, jogando um um final aberto para apelar uma segunda temporada.
“A Batalha das Solteiras” é engraçado e divertido, atingindo uma ampla gama de espectadores com sua mistura de gêneros. Carisma e cenas brilhantes com um terreno fértil para discussões mais profundas sobre sociedade, gênero e amor no contexto de um futuro distópico imaginativo. No entanto, a execução peca um bocado. A sensação é de oportunidade perdida. Meu cérebro coçou mais do que deveria e se frustrou no final.
Vale a pena? É divertido e diferente das séries do tipo. Tailândia surpreendeu com essa obra provocadora, porém, poderia ser mais, mas deixou a oportunidade para uma segunda temporada…
Nota:
Debaixo da Cerejeira 
terminei de assistir, e não poderia concordar mais com você
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