Os Produtores é um dorama da autora de Pousando no Amor, exibido em 2015 na KBS2 e, em 2022, chega à Netflix. São 12 episódios sobre a vida de um produtor novato que vive os dramas dos bastidores da TV com um programa quase falindo e sua relação com sua chefe, por quem é apaixonado platonicamente, e uma IDOL de personalidade forte.
Só pelo fato de ter sido escrito pela Park Ji Eun, de Meu Amor das Estrelas, A Lenda do Mar Azul e Pousando no Amor, eu ficaria animadinha de assistir, mas calma com essa expectativa, porque esta é uma das tramas mais fracas e chatas da roteirista e vou contar o porquê. De toda forma, não dá para negar que Producers é muito criativo e é um dos doramas mais diferentes que eu já assisti, mas tambem pelo motivos errados. É frustrante porque poderia ser tão melhor.
O que não é legal
Antes de mais nada, como grande fã da IU (My Mister, Dream High e vários outros) e do Kim Soo Hyun (A Lua Que Abraça o Sol, Meu Amor das Estrelas e mais), eu amei todas as partes nas quais eles aparecem juntos. Porém, por algum motivo que eu desconheço, eles tentaram fazer um triângulo amoroso entre o estagiário e sua chefe, que é o motivo pelo qual ele decide trabalhar nessa empresa — em uma aparente tentativa de noona romance com a Kong Hyojin (Tudo Bem, Isso é Amor e Para Sempre Camelia). O problema é que a relação é platônica (ou assim achamos no começo), então é super esquisita, desconfortável, e quando deixa de ser um delírio unilateral dele, as cenas que envolvem a “segunda protagonista” confundem a audiência não só sobre quem é a real protagonista, como também o tom da série (fundamental para você entender se é uma comédia romântica mais adulta, ou uma mais açucarada e no final fica aquele meio termo morno). Além disso, tal mania de não definir logo o interesse amoroso faz com que inevitavelmente o desenvolvimento de uma delas acabe prejudicado. Para piorar um pouquinho, as cenas da produtora com seu amigo de infância e colega de trabalho interpretado pelo Cha Tae Hyun ficam sem graça.

A ideia de trazer os bastidores de uma TV é ótima, mas em algum momento essa característica de fatia da vida faz parecer que não tem uma história e nem mesmo um casal! Sim, existe um ponto na história que nem dá para saber se tem um casal, porque o protagonista não se mexe, as pessoas não fazem nada e fica confuso se é realmente algo platônico ou tem algo ali. É incômodo demais para quem for seco atrás de uma comédia romântica, ou mesmo querendo ver o mundo idol.
O ritmo é surpreendentemente moroso para uma indústria tão movimentada. Tem muitas cenas chatas arrastadas do dia a dia da equipe de produção que não acrescentam em nada e a sensação é que o dorama tem uns 16 episódios, apesar de ter só 12. O formato da história parece mais um documentário no começo e isso parece mais um dia ruim do Profissão Repórter do que um dorama.
As melhores partes sao quando a Cindy está no ar. Se você está acosumado com o jeitinho fofo da IU, vai se surpreender com uma “vilãzinha” metida e um delicioso clichê de menina má x cara bonzinho. Ela tem um grande processo de crescimento e eu teria achado ótimo se a história focasse só nesses dois. Ela tem ótimas cenas que mostram por que ela é egoísta e muito solitária, tendo até um grupo de haters que fez um fã clube.
O Kim Soo Hyun também mostra seu talento de camaleão, convencendo muito como um garoto bobo e inocente na pele do Seung Chan. Na verdade, o personagem é totalmente o estereótipo do estagiário: ele faz muitas besteiras, erra bastante e colocam a culpa nele.
A Ye Jin, personagem da Kong Hyojin, é uma mulher que tem todo o respeito de seus colegas de trabalho, que a veem como uma pessoa fria e profissional, mas ela tem um jeito fofinho e brilhante, por quem seu estagiário se apaixona. Porém, sinceramente, não achei a personagem completa o suficiente para ser uma protagonista.
Por último, o chefe do Seung Chan é interpretado pelo Cha Tae Hyun e sua função no dorama é ser engraçado. Acho que por isso também não consegui gostar de Producers quando ele estava em cena, pois a combinação “dorama sem história” e “comédia exagerada” sempre me incomoda. Mesmo assim, ele tem algumas ceninhas boas, principalmente quando interage com sua amiga de infância, a Ye Jin.
Conclusão
Producers não foi um dos melhores doramas que eu já vi. Pelo contrário, eu gostaria de picotá-lo e assistir só as cenas que me agradam. Falta tempero, falta história, falta foco nas coisas certas. Se você não suporta triângulos amorosos, passe muito longe, se você não curte histórias paradas, também. Veja se for uma pessoa com bastante tempo, paciência e/ou um amor maior ainda maior pelos atores ou por uma comedia boba. No meio de tudo isso, temos desenvolvimento de personagens e algumas passagens únicas, mas ainda é decepcionante.
Nota:
O que eu recomendo para ver?
Triângulo amoroso irritante que não diz direito quem é o protagonista da história? Veja Apostando Alto.
Você disse tudo no segundo parágrafo. Comecei a assistir, motivada pela roteirista e me perguntei até o final se a escritora foi ela mesma. Criei uma expectativa de um casal formado pela cantora e pelo estagiário. Quem sabe, depois do final…
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